02/03/2015 às 08h57min - Atualizada em 02/03/2015 às 08h57min

Ministério Público exige explicações da Agespisa em reunião e convocará Audiência Pública

Superintendência de Meio Ambiente e Procurador do Corrente participaram da reunião

Ascom

Por Viviane Setragni

A Promotora de Justiça Gilvânia Alves Viana convocou o representante da Agespisa de Corrente para participar uma reunião na manhã da última quinta-feira (26) com o objetivo de prestar esclarecimentos sobre o funcionamento das estações elevatórias, responsáveis por levar o esgoto recolhido pela rede de saneamento da cidade até à lagoa de decantação, onde deveria ser tratado. Tais estações elevatórias têm apresentado constantes problemas de funcionamento, ocasionando os mais diversos transtornos como lançamento de esgoto diretamente no Riacho da Tabuquinha, além do forte mal cheiro. As reclamações da comunidade chamaram a atenção do Ministério Público, que tomou a iniciativa de questionar a empresa.

Estiveram presentes na reunião, além do Gerente da unidade da Agespisa de Corrente, Claudeci Fernandes, representantes do executivo municipal: o Superintendente de Meio Ambiente e Recursos Renováveis, Jesy Lemos Cavalcante Júnior, a Gerente de Análises Técnicas Suele Nogueira de Sousa Ribeiro, o Procurador Geral do município, João Augusto Paranaguá e Lago e a Arquiteta da Secretaria de Urbanismo e Trânsito, Evelise Barros Siqueira.

Claudeci explicou que o maior problema das estações elevatórias é a péssima qualidade de energia , que danifica as bombas que levam o esgoto recolhido pela rede de saneamento até a lagoa de decantação, além do fato de que os profissionais habilitados para realizar manutenção na parte elétrica da empresa residem e fazem parte da regional de Bom Jesus.

O gerente também esclareceu que a falta de consciência dos consumidores que jogam sacolas plásticas e objetos nas ruas e sarjetas,  e até em vasos sanitários das residências, contribuem para o entupimento da rede de saneamento. “Nosso caminhão realiza apenas uma parte do procedimento necessário para a desobstrução da rede de esgoto e quando ela entope, solicitamos a vinda de um caminhão que faça o serviço completo de pressurização e sucção, sem isso não conseguimos resolver o problema. Às vezes aguardamos dias até a chegada do caminhão”.

A promotora questionou Claudeci Fernandes sobre os investimentos que a Agespisa tem realizado no município, o qual respondeu que os investimentos tem se restringido a ampliações da rede de abastecimento, realizados em parceria nas prestações de serviço, mas que há muitos anos a concessionária não realiza um investimento significativo, exceto pela constante substituição de bombas que queimam com certa frequencia.

“A rede de abastecimento de Corrente foi construída originalmente para 2.500 consumidores e hoje são mais de 5 mil. Desde que o Consórcio Regional de Saneamento do Sul do Piauí (CORESA)  foi criado, há 12 anos, a Agespisa deixou de fazer investimentos pois a ideia que se tinha era de que os municípios iriam aderir ao Consórcio e desde então operamos com praticamente a mesma estrutura, lembrando que o consórcio nunca operou”, repondeu o gerente.

Claudeci Fernandes também enfatizou que quando houve a transferência da regional de Corrente para Bom Jesus muitos equipamentos também foram levados, defasando ainda mais a estrutura da unidade.

Diversos outras questões foram abordadas, tanto pelos representantes da prefeitura quanto pela promotora, como a qualidade da água fornecida, a suspensão do fornecimento quando chove, a necessidade de aquisição de um grupo de geradores para as estações elevatórias e a necessidade de uma ampla campanha de conscientização da população.

Diante dos fatos, houve um consenso que a realização de uma audiência pública é indispensável para o esclarecimento sobre os serviços que são prestados ao município, com a participação da administração superior da AGESPISA. A data da audiência pública será marcada pelo Ministério Público, mas certamente será realizada durante o mês de abril.


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