02/12/2014 às 13h29min - Atualizada em 02/12/2014 às 13h29min

Queda do IDEB de Corrente reflete a catástofre de 2012 na gestão da Educação

Com apenas 77 dias de aula em 2012, consequencias serão sentidas por muitos anos, afirma Secretária de Educação

Viviane Setragni

Por Viviane Setragni

Os números divulgados pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), referente ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), demonstram que o município de Corrente não atingiu a meta de 3.8, prevista para o ano de 2013, referente ao 4º ano, ficando com apenas 2.8, indicando inclusive uma queda significativa em relação ao ano de 2011, cujo índice foi de 3.2.

De acordo com a Secretária Municipal de Educação, Maria do Socorro Cavalcanti, o fato pode ser explicado pelo blackout ocorrido na rede municipal de ensino, entre os anos de 2011 e 2012. “Tivemos apenas 77 dias de aula em 2012 e nós vamos levar anos para recuperar esse desastre. Temos muitas crianças analfabetas e isto vai refletir no IDEB por muitos anos; a queda foi absurda e não há como recuperar em pouco tempo, ela vai marcar a história da educação de Corrente por muito tempo. Quando eu dizia que o maior prejuízo não foram os salários que ficaram sem serem pagos aos professores, era a isto que eu estava me referindo – o maior prejuízo foi o que ficou na Educação de Corrente. O tempo que estas crianças perderam é irrecuperável”, coloca.

O Ideb é um indicador de qualidade educacional que combina informações de desempenho da Prova Brasil, obtido pelos estudantes ao final das etapas de ensino (4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio) – com informações sobre rendimento escolar. “A prova realizada em 2013 mediu o desempenho de 2011 a 2012 e de 2012 a 2013, pegando em cheio o ano de 2012, o ano da catástofre na Educação de Corrente. Do 9º ano não temos nem parâmetro para medir, porque simplesmente não foi aplicada a Prova Brasil em 2011!”, explica a Secretária.

Sobre a recuperação do desempenho dos alunos, a Secretária afirma: “Esperamos que no ano de 2015 os resultados sejam melhores, mas na certeza de que a recuperação é lenta, trabalhosa e que depende essencialmente do esforço dos professores. Não é a Secretária de Educação que vai recuperar os índices, serão os professores, dentro da sala de aula”.

A administração do ex-prefeito Benigno Ribeiro tem sido investigada por atos de corrupção em diversas Secretarias, sendo a Educação talvez a maior prejudicada, pelo tempo irrecuperável às crianças, como colocou a atual Secretária de Educação. Escolas foram encontradas praticamente destruídas em janeiro de 2013, deixando evidente o descaso e a total ausência de investimento deixados como legado, além do fantasma do analfabetismo. 

Questionada sobre a capacidade dos mesmos professores que estiveram presentes aos acontecimentos da última gestão de recuperar o desempenho dos estudantes, a Secretária afirma que não tem dúvida alguma de que os docentes estão qualificados para o desafio. “Não acredito que esse desastre tenha acontecido por culpa dos professores, mas por culpa do sistema. As escolas estavam liquidadas, os professores não recebiam os seus salários em dia, em 2012 houveram os atrasos que todos tem conhecimento e a maioria dos professores se ausentaram das salas de aula. Não havia transporte para a zona rural. Hoje o transporte está regularizado, as escolas estão sendo pouco a pouco recuperadas e com os mesmos professores esperamos que tudo volte ao normal e que nós possamos fazer uma educação de qualidade em Corrente. A sociedade conta com estes professores para recuperar a Educação do município!”.

Codições em que as escolas municipais foram encontradas em janeiro de 2013:

        

 

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