Estava eu de férias em Corrente no mês de julho do ano passado, como faço regularmente sempre que tenho uma folguinha aqui em Brasília, pois a minha cidade é meu ponto, onde passo sempre minhas férias ao lado da minha família e dos amigos, onde posso deliciar de boas horas de alegria e bons papos.
Numa noite, nas primeiras horas, como se diz aí no Corrente, na boca da noite, resolvi fazer uma visitinha a meu primo João Antonio, lá na casa dele, como religiosamente faço sempre que estou por estas bandas..
Chegando lá estava ele, Maria, Mário Roberto, Saulo, Buíza e outros, além dos agregados, noras, netos, outros primos e por aí...
Nos acomodamos na sala de estar e começamos a papear - ele como sempre muito animado e cômico, começou a contar os causos vividos na sua juventude, onde eu começo a procurar tirar o máximo das suas pérolas.
Contava-me que na sua juventude, certo dia, juntou uma turminha de amigos: ele, Nogueirão e outros contemporâneos e combinaram para irem a uma festa no interior (um forró), aí pelas bandas do Paraim de Baixo.
Na data marcada, juntaram-se todos bem vestidos; tiraram as melhores roupas das maletas e bem amontados em seus belos cavalos esquipadores rumaram para a casa da festa.
Chegando lá o forró já comia solto, todo mundo muito animado. Quando a turma da cidade chegou, foi aquele alvoroço; os bochichos entre as moças começaram, com a chegada dos rapazes da rua..
Lá pelas tantas, João Antonio resolve tirar uma moça para dançar. Dirige-se à ela estende a mão, dizendo: "Aceita minha tirada se não tiver papa xote" (era assim mesmo que se fazia na época!).
A moça, meio que tímida, responde: “Ô moço eu num tô dançando, tô parada...”, e novamente passa-lhe a taboca, dizendo: "Eu num danço com gente rica";
Ele não se contém e diz: "Pois nóis vamo morrer sem dançar, porque eu num vou acabar com minhas coisas só para dançar com você!!!